DA ESCRITA AO CIENTISTA; OU VICE-VERSA?

Por que algumas Pós-graduações e Instituições de fomento ainda insistem em exigir a redação de um item “Justificativa” separado ou como subitem da Introdução? Isso ocorre muito em teses, projetos de pesquisa e revistas equivocadas.

Isso causa uma disjunção lógica que atrapalha o aprendizado de qualquer aluno, além de mostrar uma péssima forma de tratar a Introdução de um trabalho científico. Qual o interesse, se é que há, com essa ruptura lógica?

Qual a função primordial da Introdução, se não for a apresentação e fundamentação (justificativa) dos motivos da pesquisa, o que inclui o problema (se necessário), a pergunta (se necessária) e os fundamentos que validam pesquisar os objetivos do estudo? E isso não é justificativa?

Embora algumas poucas coisas a mais possam, apenas se estritamente necessárias, ser incluídas na introdução (por ex., breve definição de algum conceito fundamental para o leitor entender parte crucial do trabalho), nada justifica o item isolado “Justificativa”. Ela é a alma da Introdução. Retire-a e a introdução perde o sentido.

Pior, não são apenas professores equivocados… há farta literatura equivocada. E falo isso porque, como educador, me preocupo com os alunos que podem estar sendo tirados da carreira científica por não saberem sequer escrever um artigo científico de bom nível. A questão que frisei é um pingo num oceano de equívocos de diferentes origens, mas mesmas consequências.

Se não acertar o pensamento, nunca produzirá textos excelentes. No caso, acertar isso significa formar cientistas de boa qualidade teórica sobre ciência, o que está muitíssimo além da formação na especialidade.

Que este alerta sirva para as mentes genuinamente científicas melhor escolherem seus caminhos.

 

[Texto originalmente publicado no LinkedIn de Gilson Volpato]
 

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